Como negociar uma fantasia sexual

 Insistir pode se tornar uma atitude abusiva - e ceder apenas para agradar a parceria não é um bom caminho


*Por Eduardo Yabusaki

As fantasias sexuais podem estimular a vida íntima (especialmente em um relacionamento longo e estável), seja como um incentivo extra ao desejo quanto uma forma de intensificar o prazer. Mas, se elas não forem bem colocadas e compreendidas, também podem levar o casal a uma série de conflitos...

Não importa qual o tipo de fantasia sexual da parceria: uso de vibradores ou roupas específicas, BDSM, sexo em lugares públicos, troca de casais, transar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo etc. Às vezes, ela esbarra em nossos mais profundos aspectos individuais – insegurança e vergonha, por exemplo.

Algo altamente excitante para um pode ser extremamente inibidor para o outro. Depende da história de cada pessoa, suas vivências relacionais anteriores, assim como o momento de vida atual. Por isso, é preciso ter muita sensibilidade e considerar se existe receptividade do outro lado para determinada fantasia – ao invés de simplesmente cobrar a realização dela.

Ficar falando muito no assunto e insistindo na tentativa de convencer a parceria também não é um bom caminho. Se essa atitude for percebida como uma pressão, pode acabar afastando sexualmente a pessoa de você (talvez ela perca o tesão) e até caracterizar uma forma abusiva de se relacionar.

Para que as fantasias sexuais sejam prazerosas e tenham um efeito positivo na intimidade do casal, é fundamental que haja consenso e disposição mútua na hora de realizá-las. Principalmente porque, como o próprio nome diz, elas são muito boas no nosso imaginário. Às vezes a realidade decepciona.

Viver uma fantasia pode ser muito prazeroso... ou não. Depende, principalmente, dos sentimentos e das sensações que ela desperta em cada pessoa e no contexto do casal. De qualquer forma, manifestar os desejos sexuais e conversar sobre eles com a parceria é um ótimo passo para construir ou aprimorar a intimidade sexual.

Se essa comunicação cotidiana, íntima ou sexual não acontece com frequência por aí, vale procurar ajuda na terapia de casal.


*Eduardo Yabusaki é psicólogo e sexólogo, terapeuta individual e de casal.

Comentários

Postagens mais visitadas