6 Atitudes machistas no sexo
Psicóloga lista comportamentos comuns que afetam a
autoestima e a autoconfiança das mulheres
Por Ana Luiza Fanganiello*
Alguns comportamentos machistas são tão enraizados na
sociedade que muitas pessoas têm dificuldade de percebê-los de forma crítica –
mas eles seguem nos afetando intimamente. Podem minar a autoestima, a
autoconfiança, a percepção de mundo, o empoderamento das mulheres...
A seguir, seis exemplos de atitudes machistas no sexo:
#1 Penetrar antes de você estar lubrificada
Péssimo porque... considera apenas o desejo do homem cis,
ignorando a vontade e as condições físicas/psicológicas da outra pessoa. Imagine
uma mulher que insistisse na penetração mesmo se o pênis dele estivesse mole?
#2 Forçar a cabeça no sexo oral
Péssimo porque... é uma forma de subjugar a parceria - ainda
mais se ela é pega de surpresa e não consegue se defender, parar quando quiser.
Se não for uma fantasia do casal previamente acordada, pode ser algo bem
abusivo.
#3 Fazer cara feia ou recusar a camisinha
Péssimo porque... se coloca como superior, do tipo “Eu não
preciso, se você quer usar... você deve ter alguma IST”. Ou, ainda, não sabe da
própria saúde sexual e não se preocupa com a possibilidade de transmitir
doenças.
#4 Reclama que você demora para chegar lá
Péssimo porque... homens e mulheres cis têm “tempos”
diferentes. O nosso ciclo de resposta sexual tende a ser mais lento. Ele pode
se esforçar mais e usar outros recursos (oi, vibradores!), e não culpar a
pessoa pela “demora”.
#5 Gozar, virar para o lado e dormir
Péssimo porque... denuncia que “só o prazer dele importa” e
não quer saber do seu. Em uma relação, o prazer não é unilateral – ele deve ser
para ambos.
#6 Penetrar mesmo se a parceira está com dor
Péssimo porque... a satisfação sexual de um cara não pode
valer mais que a saúde e o bem-estar da parceira. Ela não tem a obrigação de se
sacrificar para não “cortar o barato” dele.
O primeiro passo para se proteger disso é começar a se
questionar, perceber como você está se sentindo em determinadas situações
sexuais naturalizadas e como elas te afetam depois. Por exemplo: você se sente
triste, inadequada, culpada, desrespeitada? E então entender se existe abertura
para conversar sobre o assunto com o parceiro (fixo ou casual).
Já passou por alguma dessas situações? Qual? Deixa o número
nos comentários!
*Ana Luiza Fanganiello é psicóloga clínica, psicodramatista e sexóloga. Mestra em sexualidade e cofundadora do Núcleo Trans, ambos pela Unifesp. Integrante do Coletivo Ser.
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